Kelliane Wapichana, líder de movimento de mulheres em RR: ‘Estamos trilhando nossos caminhos inspiradas por outras guerreiras’

Secretária-geral do Movimento de Mulheres Indígenas, do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que representa 465 comunidades no estado, ela conta como está sendo a trajetória no combate à violência de gênero e afirma que é inspirada por outras ‘guerreiras’ que hoje comandam grandes cargos no país.

Em seu próprio tribunal, indígenas pedem responsabilização de gigantes do agronegócio e fim do projeto da Ferrogrão

Comunidades afetadas pela construção da ferrovia denunciam o risco de desmatamento e de perda de autonomia de seus territórios. Nova análise da InfoAmazonia identificou que os crimes ambientais no corredor de logística que inclui o empreendimento e outros projetos, como o asfaltamento da BR-163, já afetam diretamente 64 aldeias, 11 terras indígenas e 20 unidades de conservação.

Márcia Mura, professora impedida de lecionar na própria comunidade: ‘forma moderna de falar que sou incivilizável’

Em entrevista à InfoAmazonia, a professora conta que está há dois anos impedida de lecionar na escola estadual de sua comunidade, às margens do rio Madeira, pelo governo de Rondônia. Ela diz sofrer uma forma moderna da mesma perseguição que marcou o povo Mura que, durante a colonização, nunca ‘quis negociar com o Estado’ e sempre foi tido ‘como incivilizado’.

Corpos Yanomami aguardam identificação há mais de um ano no IML de Roraima

Sem a identificação oficial, corpos não podem ser devolvidos para as suas famílias. Funai é responsável por ir atrás das comunidades para descobrir a identidade dos mortos, mas afirma enfrentar dificuldades para chegar até os possíveis parentes; IML de Roraima fala em superlotação de corpos indígenas na unidade e é barrado de fazer enterros sem a documentação dos óbitos.

Fazendeiros justificam invasões a terras indígenas com marco temporal aprovado pelo Congresso

Áudios de WhatsApp mostram fazendeiros de Rondônia defendendo a ocupação da Terra Indígena Sagarana após aprovação da lei 17.701/2023, do marco temporal. Apesar de considerada inconstitucional pelo STF no ano passado, a tese foi aprovada e sancionada pelo parlamento. Lideranças indígenas afirmam que a decisão do Congresso é culpada por novas invasões violentas realizadas nos territórios em 2024.

Funai recua em novos pedidos de demarcação após aprovação do marco temporal

A informação é da presidente da Funai, Joenia Wapichana, compartilhada durante assembleia geral na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, em 7 de janeiro. A Lei nº 14.701/2023, que aprovou a tese do marco temporal, entre outras medidas, foi promulgada pelo Congresso Nacional em 28 de dezembro de 2023. Wapichana aguarda retorno de ação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pede a derrubada da decisão.