Mais da metade dos créditos de carbono da Amazônia está ‘contaminada’ pela mineração

Pelo menos 40 milhões de toneladas de carbono foram vendidas para compensar emissões de grandes marcas, como Ifood, Uber e Google, mas análise exclusiva da InfoAmazonia mostra que o selo verde esconde falhas estruturais: os projetos que geraram esses créditos estão sobrepostos a áreas com concessões minerárias, comprometendo a compensação climática prometida.

‘Erros precisam ser corrigidos’, diz Alexandre Prado, do WWF-Brasil, sobre mercado de carbono do Brasil

Em entrevista, o especialista detalha como foi a aprovação das regras básicas para o início do processo de regulamentação do Mecanismo de Crédito do Acordo de Paris, ocorrida durante a COP29. Ele avalia que, no caso do Brasil, o mercado precisa enfrentar as inconsistências e denúncias para ganhar ‘consistência e confiança’.

Edital para projetos de carbono do Amazonas concede unidades de conservação sobre terras indígenas, mas não consulta órgãos e comunidades

As áreas protegidas disponibilizadas pelo edital, atualmente na fase de divulgação das empresas escolhidas, estão sobrepostas às terras indígenas Acapuri de Cima, Uati-Paraná, Jaquiri e Porto Praia. Apesar disso, a consulta prévia às populações afetadas não foi realizada.

Grandes marcas compram créditos de carbono de esquema suspeito de esquentamento de madeira na Amazônia

Uma análise de dois projetos de créditos de carbono na Amazônia brasileira concluiu que eles podem estar ligados à lavagem de madeira ilegal. Os projetos pertencem a Ricardo Stoppe Jr., conhecido como o maior vendedor individual de créditos de carbono do Brasil, que faturou milhões de dólares negociando esses créditos com empresas como Gol, Nestlé, Toshiba, Spotify, Boeing e PwC.