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Inhaling Smoke

ALÉM DO AQUECIMENTO GLOBAL:

EFEITOS DAS QUEIMADAS SOBRE A SAÚDE DA POPULAÇÃO AMAZÔNICA BRASILEIRA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Mapa do projeto Engolindo Fumaça mostra concentração média de material particulado na tempora de queimadas de 2020 na Amazônia Legal

Fonte: CAMS-NRT, análise do InfoAmazonia

Engolindo Fumaça é um projeto especial do InfoAmazonia que investiga os efeitos da poluição do ar causada pelas queimadas sobre a saúde da população amazônica.

Em 2020, a trágica combinação entre a pandemia de Covid-19 e um dos ciclos mais severos de queimadas e desmatamento da Amazônia brasileira fez com que moradores de regiões atingidas pelo fogo estivessem mais expostos também ao risco de agravamento da Covid-19. Respirar, principalmente em municípios dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Acre e Amazonas, ficou mais perigoso.

Essa sinergia tóxica entre queimadas e infecção pelo novo coronavírus é objeto de uma análise de dados inédita realizada durante cinco meses por uma equipe multidisciplinar de jornalistas, geógrafos e estatísticos do InfoAmazonia, em parceria com pesquisadores do LabGama, ligado à Universidade Federal do Acre, e do Observatório Clima e Saúde/ICICT, da Fiocruz. O projeto teve apoio da Universidade de Stanford, através do programa Big Local News, que tem por objetivo a abertura de dados em formatos que possam ser replicados por jornalistas de todo o mundo.

Os dados revelam como a poluição decorrente das queimadas amazônicas tem um efeito perverso sobre a população que é explicada por uma específica geografia do fogo – os municípios mais afetados, em diferentes estados, indicam a expansão do arco do desmatamento. Para contar essas histórias, uma equipe de 08 jornalistas (repórteres e fotógrafos) foi mobilizada em 5 estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Pará e Mato Grosso). No início de julho de 2021, parte da equipe do InfoAmazonia viajou pela BR-319 entre Humaitá e Porto Velho, para a Resex Chico Mendes (em Xapuri, Acre) e para Poconé, no pantanal matogrossense, além de captar histórias locais em diferentes cidades da região.

O resultado deste esforço são 5 reportagens especiais guiadas pelos dados, também visualizadas em mapas e gráficos, em que mostramos a relação entre dois eventos aparentemente desconectados, evidenciando como as questões ambientais e de saúde pública estão intimamente ligadas.

Devido à impossibilidade de relacionar todos esses fenômenos em tempo real, foi necessário retornar aos dados coletados em 2020 para investigar a hipótese de que casos de Covid-19 foram agravados pela crise ambiental. A importância de um projeto como este em 2021 é semelhante a um exame post-mortem realizado em grande escala.

REPORTAGENS NESTE ESPECIAL:

23.08.2021
Inimigos invisíveis
Fumaça das queimadas agrava Covid-19 na Amazônia

23.08.2021
As vítimas da geografia do fogo
As fumaças das queimadas e a Covid varrem do sul do Amazonas ao Acre
23.08.2021
Crises social e ambiental convergem sobre Mato Grosso em ano de queimada recorde no Pantanal
Na área rural, desafio dos moradores atingidos pela fumaça é conseguir atendimento médico
25.08.2021
Poluição é um dos rastros da cadeia de destruição da Amazônia
Municípios mais vulneráveis estão espremidos por vários tipos de crime  

27.08.2021
Atmosfera pesada no Acre
Além da capital Rio Branco, Xapuri e outras cidades do interior sofrem com poluição acima dos limites seguros para a saúde humana.

MATERIAL COMPLEMENTAR:

Painel de dados
Dados da análise estatística do projeto por todos os estados e municípios da Amazônia Legal. Filtre por mês ou localização geográfica e baixe a tabela com sua seleção. 
Concentração diária de material particulado
Gráfico interativo com a concentração média diária de material particulado calculada para todos os municípios da Amazônia Legal, de julho a outubro de 2020.  
Documentação
Comparação e análise das fontes de dados de sensoreamento remoto sobre material particualdo e validação com a rede de sensores portáteis no Acre.

NOSSA METODOLOGIA

Entenda como foi feita a análise: a escolha dos dados e as variáveis utilizadas para chegar às conclusões. Material com explicação do processo e links para as principais fontes de dados.

Equipe

Juliana Mori

coordenação geral e mapas interativos

Renata Hirota

análise estatística

Eduardo Geraque

edição e reportagem

Felipe Barros

análise geoespacial

Camilo Estevam

reportagem em Rondônia

Sonaira Silva

consultora científica – LabGama/Ufac

Guilherme Guerreiro Neto

reportagem no Pará

Tatiane Moraes

consultora científica – Fiocruz

Juliana Arini

reportagem e fotografia em Mato Grosso

Café.art.br

Design de informação

Leandro Chaves

reportagem no Acre

Leandro Amorim

direção criativa – Café

Lucas Lobo

reportagem e fotografia no Amazonas

André Hanauer, Erlan de Almeida Carvalho

design – Café

Rebeca Navarro

reportagem no Amazonas

Erico Rosa, Guilherme Lobo, Robson Klein

desenvolvimento – Café

Ramon Aquim

fotografia no Acre

Laiza Lopes

textos e planejamento redes sociais

Dell Pinheiro

fotografia no Acre

Laura Sanchez

design redes sociais

Tony Gross

tradução para inglês


Este projeto foi produzido com apoio da bolsa de jornalismo John S. Knight e do programa Big Local News, da Universidade de Stanford.