Estudo coordenado por rede de organizações de países amazônicos indica crescimento de 172% de atividades agropecuárias em 34 anos no bioma
Estudo coordenado por rede de organizações de países amazônicos indica crescimento de 172% de atividades agropecuárias em 34 anos no bioma. Gráfico acima resumo os resultados da nova coleção Amazônia do MapBiomas (Crédito: Divulgação/RAISG)
Uma nova análise do uso da terra em toda Amazônia entre os anos de 1985 e 2018 revela que, em pouco mais de três décadas, o bioma passou por uma degradação em grande escala.
Lançados nesta quinta (2 de julho), dados da plataforma MapBiomas mostram uma substituição acelerada de florestas nativas por pastagens.
Este grande mapa de mudança do uso da terra é feito em parceria com a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georefenciada (RAISG).
Enquanto em 1985 somente 5% da Pan-Amazônia era ocupada por agropecuária, em 2018 essa proporção havia aumentado para 13%. Isso significou um aumento de 172% em 34 anos, ou 71 milhões de hectares.
Seria o mesmo que transformar por duas vezes toda a Alemanha em pastagens.
No mesmo período, as paisagens amazônicas nativas – bosques úmidos, savanas, áreas úmidas, entre outros ambientes – diminuíram de 92% para 84%.
O tipo de vegetação mais afetado são exatamente os bosques. Em números absolutos, a perda de florestas não encontra precedente em qualquer outra região do mundo – 169 milhões de hectares. Uma perda média 12 milhões de hectares por ano.
Como é feito o monitoramento
O monitoramento é realizado com imagens de satélite Landsat, cuja disponibilidade se inicia exatamente em 1985. A resolução é de 30 metros.
“Nós processamos cada um destes pixels para contar a história de cada um destes pixels, para entender qual era cobertura da terra naquele ano”, explicou o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.
Uma grande contribuição desta coleção é que a plataforma passa a oferecer não apenas os mapas de uso do solo como também estatísticas apresentadas em tabelas e gráficos dinâmicos para o período requisitado pelo usuário, com livre acesso e disponível para download, disse Sandra Ríos, uma das coordenadoras técnicas do MapBiomas Amazônia,.
Assista ao evento de lançamento da segunda coleção do MapBiomas Amazônia