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Segundo o Inpe, desmatamento na Amazônia é maior do que o imaginado

Os últimos dados do PRODES, referentes ao ano de 2013, já estão atualizados no InfoAmazonia

Como parte do Projeto de Monitoramento do desmatamento da Amazônia Legal (PRODES), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), publicou a taxa atualizada do desmatamento na Amazônia, revelando os laços entre a política ambiental e o aumento da pressão sobre a floresta tropical.

O projeto PRODES havia publicado anteriormente uma taxa de desmatamento estimada em 5.843 km2 / ano para o período entre agosto de 2012 e julho de 2013, entretanto, o INPE acaba de informar que o número corrigido para esse mesmo intervalo (calculado a partir da análise de 216 imagens obtidas pelo satélite americano Landsat 8) é 1% maior do que a primeira estimativa, elevando a taxa total de desmatamento para 5891 km2 / ano. Trata-se de uma área maior do que a de 500 mil campos de futebol, resultando em um preocupante aumento de 29% em relação a 2012.

Enquanto a perda de floresta intocada segue em ritmo alarmante, é importante destacar que situação já foi bem pior: a taxa é a segunda mais baixa desde que o PRODES deu início às medições, em 1988. A mais baixa ocorreu no ano anterior (2012) e, desde 2004,o desmatamento caiu 79%.

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Em 2004, o Brasil experimentou o oposto – a segunda taxa mais alta de desmatamento já medido pelo PRODES. A queda de 27.772 km2 / ano em 2004 para 4.571 km2 / ano em 2012, tem sido atribuída à aprovação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), que incluiu a criação e o monitoramento de áreas protegidas, além da intervenção federal contra o crime organizado.

No entanto, em 2012, a Câmara dos Deputados aprovou uma revisão do Código Florestal, com o objetivo de abertura de terras de florestas tropicais para a agricultura em grande escala, diminuindo o percentual de terras que os proprietários na Amazônia são obrigados a manter conservadas.

A presidente Dilma Rousseff vetou apenas partes do novo Código Florestal, estabelecendo um precedente preocupante para a política ambiental no país. Enquanto isso, a Amazônia sente o impacto de novos projetos de grande infraestrutura, como a barragem de Belo Monte.

O aumento da taxa de desmatamento em 2013 poderia ser o início de uma tendência de alta no desmatamento e de enfraquecimento das antigas políticas eficazes. O Brasil está em uma encruzilhada, mas o mundo espera que o país retome seu papel como líder em políticas de proteção ambiental – e que o INPE encontre uma taxa de desmatamento baixa em 2014.

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