Procuradores recomendam a interrupção de todos os projetos em comunidades tradicionais e indígenas no estado e na modalidade REDD+, que gera créditos pela manutenção da floresta em pé, independentemente de estarem em desenvolvimento ou ainda em fase de tratativa.
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Caubóis do carbono: o jogo arriscado de Mister Greene no ‘vale-tudo’ da Amazônia brasileira
Dezoito negócios foram registrados em nome da Indigenous Carbon, uma nova empresa ligada ao empresário estadunidense Michael Greene, que já foi acusado de grilagem de terras públicas pela Defensoria do Pará.
As voltas que o capitalismo dá
Os indígenas protegem a floresta há milênios e nunca tiveram o trabalho valorizado financeiramente. Agora, com o mercado de carbono, são cooptados por empresas para fechar projetos que ferem os seus próprios direitos.
Edital para projetos de carbono do Amazonas concede unidades de conservação sobre terras indígenas, mas não consulta órgãos e comunidades
As áreas protegidas disponibilizadas pelo edital, atualmente na fase de divulgação das empresas escolhidas, estão sobrepostas às terras indígenas Acapuri de Cima, Uati-Paraná, Jaquiri e Porto Praia. Apesar disso, a consulta prévia às populações afetadas não foi realizada.
Grandes marcas compram créditos de carbono de esquema suspeito de esquentamento de madeira na Amazônia
Uma análise de dois projetos de créditos de carbono na Amazônia brasileira concluiu que eles podem estar ligados à lavagem de madeira ilegal. Os projetos pertencem a Ricardo Stoppe Jr., conhecido como o maior vendedor individual de créditos de carbono do Brasil, que faturou milhões de dólares negociando esses créditos com empresas como Gol, Nestlé, Toshiba, Spotify, Boeing e PwC.
Grupo colombiano descumpre recomendação da Funai e consegue assinatura de indígenas em projeto de carbono
Em outubro de 2023, a InfoAmazonia visitou territórios do Alto Solimões, no Amazonas, onde o grupo Community REDD+ estava preparando o projeto e tentando convencer os indígenas. Apesar de todas as recomendações contrárias feitas pelo órgão federal indigenista brasileiro, as empresas ingressaram nos territórios, realizaram reuniões e fecharam contratos.
Empresa vende lotes de território indígena como NFTs sem conhecimento da Funai, do MPF e da própria comunidade
Áreas da Terra Indígena Baixo Seruini, ocupada pelo povo Apurinã, no sul do Amazonas, foram vendidas pela empresa Nemus em projeto que promete preservar a floresta e gerar créditos de carbono. Procuradoria recomendou a suspensão do projeto em dezembro de 2022, mas a InfoAmazonia identificou que as negociações continuam na internet.
Loteamento de aldeias para projetos de carbono preocupa especialistas e defensores dos direitos indígenas
Sem mercado regulamentado no Brasil, empresas interessadas em crédito de carbono avançam sobre territórios protegidos para tentar garantir exclusividade em áreas de floresta e ignoram orientações da Funai e do MPF. Especialistas alertam sobre abusos em contratos e descumprimento de convenções internacionais sobre povos indígenas.
Empresas colombianas ignoram Funai e leis brasileiras em projetos de carbono na Amazônia
Sem consulta adequada, lideranças foram convencidas a aceitar projeto de carbono em terras indígenas no Amazonas, com promessa de que dinheiro financiaria universidade nas aldeias; Funai desconhecia pré-contratos e diz que negociações poderão ser anuladas
Glossário do mercado de carbono
Entenda os principais conceitos e termos relacionados a projetos de geração de créditos de carbono