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Qual é a diferença entre mitigação e adaptação?

Mitigação é reduzir emissões para evitar que o aquecimento global piore, enquanto adaptação é a capacidade de se preparar e ajustar para conviver com os impactos do clima. Juntas, essas duas estratégias são essenciais para proteger pessoas, territórios e economias diante da crise climática.

Crédito: Estúdio Utópika/InfoAmazonia

O planeta está aquecendo, consequência direta das atividades humanas. Isso é um fato. Além do dióxido de carbono (CO₂), existem outros gases de efeito estufa. Para facilitar a comparação entre eles, os especialistas criaram uma medida única: o carbono equivalente (CO₂e), que converte as emissões de diferentes gases ao seu equivalente em CO₂. Por exemplo, o metano (CH₄) equivale a 20 a 30 vezes o CO₂ em termos de potencial de aquecimento. 

Para facilitar a compreensão, vamos imaginar que o carbono equivalente seja uma moeda. Nós, humanos, estamos gastando mais do que deveríamos. Estamos prestes a entrar no “cheque especial” e ultrapassar o limite máximo associado ao aquecimento de 1,5 °C, definido há 10 anos no Acordo de Paris.

As consequências são muito mais terríveis do que juros bancários: podemos aquecer sem controle a nossa única casa, a Terra.

Podemos reduzir os gastos ou, em termos técnicos, diminuir as emissões de carbono equivalente. Isso é a mitigação: o corte das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações nos padrões climáticos do planeta. Trata-se do principal caminho indicado pela ciência para frear esse processo e evitar impactos ainda mais graves.

E a adaptação?

No entanto, em alguns lugares do planeta, nós já sentimos o impacto do problema. Mesmo que todos os países consigam implementar suas estratégias de mitigação, ainda devemos sentir os efeitos das mudanças climáticas porque a Terra já está aquecendo – o ano de 2024, por exemplo, foi o mais quente da história.

PÍLULAS CLIMÁTICAS

Esta é uma Pílula Climática, o glossário da InfoAmazonia que explica termos e conceitos sobre a COP30 e a crise do clima. Confira outras pílulas aqui.

Assim, as comunidades e países mais vulneráveis ao problema precisam aprender um novo conceito: adaptação, que é a capacidade de se preparar e ajustar para conviver com os impactos do clima em mudança. Isso significa criar estratégias junto ao Estado, às comunidades locais e em parceria com países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), para reduzir e até mesmo evitar que os efeitos sejam sentidos de forma drástica. 

É necessário ajustar sistemas, sociedades e economias para reduzir os danos causados pelas mudanças climáticas.

Por exemplo, uma reportagem da InfoAmazonia mostra como parteiras no Amazonas já estão se adaptando à seca extrema e pretendem levar essa realidade à COP30 em busca de apoio.

Por que isso importa para a COP30?

A COP30 vai debater a Meta Global de Adaptação às Mudanças Climáticas, compromisso do Acordo de Paris que busca reduzir a vulnerabilidade das populações frente aos impactos do clima. 

A conferência deve definir normas e até 100 indicadores para monitorar o cumprimento da meta, considerando os diferentes contextos nacionais dos países signatários, segundo Miriam Garcia, gerente de políticas climáticas da WRI Brasil.


Este conteúdo foi produzido com apoio da Oxfam Brasil.

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