Mohamed Adow afirma que a união vista no episódio deveria orientar as negociações climáticas daqui para frente. Incêndio ocorreu na área de um estande e a interdição da Zona Azul, na tarde desta quinta-feira (20).
Horas depois do incêndio na área de um estande e a interdição da Zona Azul, na tarde desta quinta-feira (20), o observador e líder climático queniano Mohamed Adow, vencedor do Prêmio Climate Breakthrough 2020, fez uma postagem em seu perfil no LinkedIn relatando o espírito de cooperação entre as pessoas durante o episódio.
“O que poderia ter se transformado em desastre foi contido em minutos graças ao trabalho rápido e disciplinado das equipes de segurança e dos agentes no local. Eles agiram rápido, mantiveram as pessoas calmas e restauraram a ordem antes que rumores pudessem fugir da verdade. Eles merecem crédito total”, escreveu.
Eles agiram rápido, mantiveram as pessoas calmas e restauraram a ordem antes que rumores pudessem fugir da verdade. Eles merecem crédito total.
Mohamed Adow, vencedor do Prêmio Climate Breakthrough 2020.
Na sequência, Mohamed refletiu sobre o espírito de cooperação que notou. “Mesmo em um momento de caos, uma coisa se destacava: pessoas de todos os cantos do mundo, diferentes nações, credos e afiliações, cuidavam umas das outras. Delegados ajudaram estranhos, funcionários guiaram multidões, e ninguém parou para perguntar quem pertencia a qual bloco antes de intervir. Quando diante de uma crise, a cooperação não era um slogan, mas um instinto humano em sua forma mais crua e verdadeira”, afirmou.
Por fim, Mohamed pediu que esse mesmo empenho seja o norte das negociações para o restante da COP30, que ainda podem ser retomadas. “Esse espírito é exatamente o que a ação climática exige. A crise climática não se importa com nossas fronteiras ou dramas diplomáticos. Requer a mesma urgência, solidariedade e propósito compartilhado que vimos hoje, idealmente sem as chamas. Se conseguirmos responder às emergências do planeta com a mesma unidade demonstrada naquele momento tenso, a COP30 talvez ainda seja lembrada não por um incidente, mas por um ponto de virada”, comentou.
Se conseguirmos responder às emergências do planeta com a mesma unidade demonstrada naquele momento tenso, a COP30 talvez ainda seja lembrada não por um incidente, mas por um ponto de virada.
Mohamed Adow, vencedor do Prêmio Climate Breakthrough 2020.
Mohamed é fundador e diretor da Power Shift Africa (PSA), uma organização da sociedade civil focada em energia, clima e desenvolvimento, sediada em Nairobi.
A PSA foi fundada em 2018 para mobilizar a ação climática na África, amplificando as vozes africanas através de maior visibilidade na mídia e em comunicações públicas, visando acelerar o desenvolvimento de baixa emissão e resiliente ao clima.
Conforme seu perfil pessoal no LinkedIn, Mohamed afirma que nasceu em uma comunidade de pastores nômades no norte do Quênia, “testemunhando em primeira mão os impactos devastadores da mudança climática, notadamente a seca, que frequentemente dizimava o rebanho de sua família”, disse.
Esta reportagem foi produzida pela Amazônia Vox, por meio da Cobertura Colaborativa Socioambiental da COP 30. Leia a reportagem original aqui.