Produção do açaí saltou 40% desde 2015. Autoridades e especialistas estão preocupados com o avanço da demanda e querem garantir que cultivos sejam sustentáveis.
O extrativismo e os plantios de açaí e cacau dispararam no Pará para atender à demanda crescente no Brasil e no exterior. A situação amplia a preocupação de ambientalistas e autoridades de que os cultivos dos produtos típicos da floresta não virem monoculturas e contribuam com a destruição da Amazônia.
Maior produtor de açaí do país, o Pará comercializou em 2020 mais de R$ 908 milhões em açaí e seus derivados, como palmito, polpas, pó e sucos. Cerca de 130 mil produtores estão envolvidos. Os números são do governo paraense. Pouco mais de um quinto da produção foi exportada. O consumo interno é concentrado em estados do Sudeste, no próprio Pará, Distrito Federal e Ceará.
O Pará responde por 94% da produção nacional de açaí. Logo atrás estão o Amazonas, com 5%, e a Bahia, com menos de 0,5%. A produção paraense é sobretudo extrativista, em municípios como Igarapé-Mirim, Cametá e Abaetetuba – todos próximos ao emaranhado de ilhas junto à foz do rio Amazonas. Cultivos agroflorestais, associados ao cacau e a outras plantas nativas, atendem 20% da demanda pelo açaí.