Foram 183 mil incêndios detectados pelos satélites ao longo do ano, 60% a mais do que 2013, quando o número de queimadas havia alcançado o menor valor desde 2000.
O número de focos de queimada no país voltou crescer em 2014, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram 183 mil incêndios detectados pelos satélites ao longo do ano – 60% a mais do que 2013, quando o número de queimadas havia alcançado o menor valor desde 2000.
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“O aumento (de queimadas) se deu por conta do calor, ainda que 2014 não tenha sido um dos piores anos desde o início da série histórica”, afirma Fabiano Morelli, técnico-sênior do programa de monitoramento de queimadas do INPE. Embora tenha elevado, o número de focos de calor de 2014 ficou distante dos recordes de queimada atingidos em 2010, 2007 e 2002, quando as ocorrência supereram 220 mil pontos.
“Em especial, este aumento se deu devido ao clima seco, com falta de chuva em algumas regiões”, explica. O especialista ainda esclarece que o crescimento foi generalizado e ocorreu em todos os estados do país.
A medição de focos de queimadas no país para 2014 ficou acima da média histórica, que é de 172 mil pontos por ano. Os dados são tabulados desde junho de 1998. De acordo com Fabiano, o crescimento nas queimadas está “diretamente relacionado” com a constatação de que 2014 foi ano mais quente no planeta desde 1880: “a vegetação fica mais suscetível”, diz.
De acordo com o levantamento da NOAA ( Agência para Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos ), a temperatura média da superfície da Terra esteve 0,69 °C acima da média do século XX.
Crescimento continua em janeiro
Janeiro de 2015 ainda não terminou, mas já figura em terceiro lugar em número de focos de queimadas para este mês desde 1999. Até agora foram detectados 3.293 focos de calor pelo INPE, uma quantidade 55% maior do a que a média do período – 2.116 focos.
“É um valor bastante alarmante, que reflete um aumento de incêndios ocorrido em todos os estados, com exceção do Rio Grande do Norte e da Paraíba”, diz Fabiano. O crescimento, contudo, ainda não pode ser visto como uma tendência para o ano, segundo o tecnologista: “O primeiro semestre do ano representa cerca de 5% das queimadas de todo o ano. O período crítico vai de junho a setembro, que são meses mais secos. Até lá, pode haver uma mudança no clima e voltar a chover”.
Mapa interativo das queimadas. Use o mouse para ver os dados e ferramenta de zoom para aproximar