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Mudanças climáticas afetam produção de alimentos e segurança alimentar na Amazônia

Enchentes, estiagens, chuvas e vazantes intensas comprometem a produção, e até a pesca, de populações tradicionais em estados da região. Municípios de locais com maior presença do agronegócio são os mais ameaçados.

Rede Cidadã InfoAmazonia
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Mudanças climáticas afetam produção de alimentos e segurança alimentar na Amazônia
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O novo episódio do  podcast da Rede Cidadã InfoAmazonia fala dos impactos da crise climática e a relação com a segurança alimentar na Amazônia. Agricultores indígenas, ribeirinhos e quilombolas já sentem as mudanças no calendário agrícola e na perda de plantações, que são tomadas ora por fortes secas, ora por enchentes severas. 

A indígena Mirian Pereira, da Terra Indígena (TI) Tikuna de Santo Antônio, no município de Benjamin Constant, no sudoeste do Amazonas, conta que as percepções dela sobre as mudanças no dia a dia envolvem, principalmente, a incerteza sobre os períodos para iniciar as plantações e as colheitas. 

“O que atrapalha é a mudança de calendário agrícola. Com essa mudança  isso assusta um pouco os agricultores, porque está chovendo fora da época e isso afeta na produção de alguns alimentos, assim como atrasa na produção de melancia, pimentão, pepino, maxixe e até de mandiocas”, explicou.

Divulgação
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Também participam deste episódio do podcast o agricultor Rodrigo Alves, do município de Alta Floresta, no Mato Grosso, e o pesquisador Gabriel Borba, que desenvolve atividades de conscientização sobre a crise e os danos das mudanças climáticas no projeto CLIMAS, também no Amazonas. 

O podcast também menciona e repercute matéria da Rede Cidadã InfoAmazonia publicada em 15 de março, com o título Mudanças climáticas põem em risco segurança alimentar da população em 62% dos municípios da Amazônia Legal e região é a mais afetada do país”. 

Crise climática na Amazônia

Quem vive nos estados da Amazônia Legal passou as últimas semanas vivenciando graves impactos das enchentes, que provocaram deslizamentos de terras, alagamentos, destruição de casas e de mortes de crianças e adultos. Amazonas, Pará e Acre mostraram que os estados continuam sem estrutura para manter populações vulneráveis vivas. 

No Amazonas, o site O Vocativo, parceiro da Rede Cidadã InfoAmazonia, mostrou que a morte de oito pessoas poderia ter sido evitada. O fato ocorreu em 12 de março, quando o deslizamento de um barranco atingiu casas situadas no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus. 

No Pará, mais de mil famílias foram atingidas por enchentes e ficaram sem casa, mantimentos e tudo o que construíram. O site Tapajós de Fato, também parceiro da Rede Cidadã, publicou reportagem mostrando que além das constantes perdas patrimoniais, as mudanças climáticas também estão causando o aumento de doenças como a dengue

No Acre, governo decretou estado de emergência porque  27 mil tiveram suas casas alagadas. No último domingo (26), a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, visitou as cidades de Rio Branco (AC) e Manaus (AM). Ela esteve nos bairros atingidos pelas enchentes e informou que o governo federal estuda colocar mil municípios em estado permanente de emergência. 


O roteiro e apresentação deste episódio são da jornalista Jullie Pereira, com apoio da Report For The World, iniciativa da Ground Truth. A edição é de Izabel Santos e a produção de áudio é de Carlos Paes. 

Este conteúdo faz parte do projeto Rede Cidadã InfoAmazonia, iniciativa para criar e distribuir conteúdos socioambientais produzidos na Amazônia.

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