Em 2015, nossa equipe lançará Rede InfoAmazonia, um sistema de sensores de monitoramento ambiental de baixo custo que será capaz de medir parâmetros básicos de qualidade d’água e enviar alertas aos consumidores.
A plataforma InfoAmazonia foi lançada em 2012 para agregar notícias e dados georeferenciados, utilizando mapas para contextualizar as informações sobre os principais temas dos 9 países da região Amazônica. Ao exibir essas notícias sobre um mapa, a intenção é criar diálogo entre informações científicas e jornalísticas para propiciar ao público elementos a uma reflexão critica sobre os rumos do desenvolvimento no bioma. O trabalho do InfoAmazonia serviu de inspiração a outros projetos ao redor do mundo. Através do Laboratório de Geojornalismo ajudamos a lançar plataformas de monitoramento ambiental na África, Ásia e América Latina.
Agora, estamos nos propondo a dar um passo a mais. Em 2015, nossa equipe lançará Rede InfoAmazonia, um sistema de sensores de monitoramento ambiental de baixo custo que beneficiará comunidades na Amazônia brasileira. O sensor e sistema desenvolvidos por nossa equipe e parceiros será capaz de medir parâmetros básicos de qualidade d’água e enviar alertas aos consumidores. O projeto foi um dos ganhadores do Desafio de Impacto Social do Google em 2014, junto a outras 9 ideias apresentadas por ONGs de todo o Brasil. O vídeo abaixo explica a proposta.
Para desenvolver os sensores, nós fizemos uma parceria com a start-up Dev Tecnologia, empresa incubada na Universidade de São Paulo que está na vanguarda da inovação no campo da internet das coisas. A implementação de 20 sensores ocorrerá nos próximos meses na região de Santarém, Pará. O trabalho de monitoramento será feito em aliança com a ONG Saúde e Alegria que atua em unidades de conservação e comunidades ao longo do rio Tapajós. Nas duas primeiras semanas de março, a equipe do InfoAmazonia estará estará na zona urbana de Santarém e Belterra, na Floresta Nacional do Tapajós e na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns para oficinas de comunicação cidadã e apresentação do primeiro protótipo do sensor.
Nossa meta é começar a apresentar em julho visualizações em tempo real dos dados que vamos coletar, além do envio de mensagens nos celulares das pessoas diretamente dependentes dos sistemas de saneamento monitorados.
O trabalho com sensores revoluciona a atuação de InfoAmazonia por duas principais razões:
A primeira é que, até o momento, sempre precisamos confiar em fontes externas de dados para gerar os mapas que apresentamos no portal. Utilizamos fontes como NASA, INPE e IBGE, que são fontes confiáveis, mas muitas vezes não fornecem dados com a granularidade ou periodicidade que atenda a demanda de informação para tomada de decisão a curto e médio prazo. Um exemplo disso é que recentemente foi anunciado que os dados que usamos em nosso mapa de desmatamento, do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), terão sua frequência de divulgação reduzida. Além disso, nos tornando fornecedores de dados, deixamos de depender de programas de terceiros para poder criar nossos mapas, minimizando o risco de termos que abandonar uma visualização porque uma instituição descontinuou um mapeamento.
A segunda razão é que esse projeto atua diretamente na comunidade, o que fomenta o protagonismo da sociedade civil e o diálogo com o Poder Público na luta pela garantia de direitos, e nos permite ter outra perspectiva e envolvimento durante sua execução. Além de enviar mensagens para os telefones das pessoas diretamente afetadas pela água que vamos monitorar, vamos capacitar as comunidades a entender e dar manutenção nos equipamentos utilizados, e vamos realizar o processo de implantação dos equipamentos obedecendo suas demandas. Dialogar diretamente com as pessoas impactadas pelos dados que fornecemos, nos ajuda a tomar decisões estratégicas que definem rumos do projeto.
Para saber mais sobre a qualidade da água na Amazônia e seus impactos sobre a saúde das comunidades, visite o nosso aplicativo web Visaguas.
Mapa do acesso à rede geral de abastecimento de água nos munícipios da Amazônia Legal