Entrevistas com produtores rurais, feitas em viagem do documentarista Márcio Isensee à Alta Floresta, norte do Mato Grosso, explicam a opção pelo modelo da agrofloresta. A técnica consiste em fazer o reflorestamento de áreas desmatadas mesclando espécies nativas com outras de valor comercial ou essenciais para a segurança alimentar.

O InfoAmazonia lança hoje a reportagem “Dinheiro que dá em árvore”. Com 8 vídeos, mapa interativo e fotos, o especial explora qual o papel dos agricultores familiares na restauração das florestas da Amazônia. Como parte de seu compromisso internacional de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o Brasil estabeleceu a meta de recuperar 12 milhões de hectares de matas nativas até 2030.

Leia reportagem completa

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As entrevistas com produtores rurais, feitas em viagem do documentarista Márcio Isensee à Alta Floresta, norte do Mato Grosso, explicam a opção pelo modelo da agrofloresta. A técnica consiste em fazer o reflorestamento de áreas desmatadas mesclando espécies nativas com outras de valor comercial ou essenciais para a segurança alimentar.

O produtor tem um papel fundamental no processo de restauração das florestas, nascentes e consequentemente da biodiversidade. Foto: Márcio Isensee/InfoAmazonia

Isensee também conversou com as organizações não governamentais, técnicos e governantes que apostam no modelo da agrofloresta. Os resultados tanto em termos econômicos como no retorno de funções ambientais básicas são notáveis. “Nós tínhamos todas as florestas, as nascentes eram protegidas, os rios eram protegidos. E essa floresta foi tirada. Então qual é o conceito de restauro hoje? É devolver, é plantar de novo, ser plantador de floresta para ter os recursos hídricos protegidos”, enfatizou Irene Duarte, do Instituto Centro de Vida.

Mapa das oportunidades

A publicação da reportagem ocorre no mesmo momento do lançamento do estudo “Diagnóstico sobre restauração de paisagens florestais com fins econômicos e de segurança alimentar para agricultores familiares da Amazônia”, coordenado pela Fundação Avina e elaborado pela Coopernossa.

O relatório traz uma visão ampla sobre os desafios de implementação de um plano nacional de recuperação de áreas desmatadas bem como iniciativas regionais de restauração de paisagens florestais através da agricultura familiar. A partir do levantamento de dados é possível enxergar com clareza a desigualdade de recursos entre os municípios da Amazônia.

Baixe aqui o estudo na íntegra

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“Através dos mapas conseguimos observar que os fatores chave da cadeia de restauração da paisagem, aqui selecionados e mapeados, encontram-se pulverizados, apresentando baixa sobreposição. Essa constatação pode indicar a carência de arranjos nos municípios e territórios que favorecem a cadeia de forma ampla, desde o fornecimento de insumos, até a certificação de produtos e sua comercialização”, aponta a análise.

Aqui algumas observações sobre as análises feitas sobre o mapa. (Veja mapa em tela cheia)
– Quando comparamos o mapa dos projetos PPP-Ecos e atuação das ONGs percebemos uma nítida sobreposição, o que pode indicar que as organizações de base que estão na área de atuação das ONGs tem ou maior preparo, ou um maior acesso a informação, ou assessoria, para acessar editais de projetos a fundo perdido;

– As proximidades das capitais possuem maior número de iniciativas sobrepostas;
– Os fornecedores da Natura parecem ações isoladas. Na certificação já existe certa conexão com atuação de ONGs no norte de RO e alguns municípios no PA;

– Acre e Rondônia tem um acesso bem alto ao programa de aquisição de alimentos – pessoa física, bem como Tocantins. Quando olhamos o programa de aquisição de alimentos – pessoa jurídica o número é bem menor. Isso poderia sugerir uma maior dificuldade em acessar o programa coletivamente;

– O mapa sobre créditos, quando comparado ao da atuação das ONGs, mostra uma complementariedade bem interessante. O caminho formal de aquisição de recursos, como créditos bancários geralmente é a opção dos agricultores que estão apoiados pela assistência técnica pública, ou então pelos sindicatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Quando estão na região de atuação das ONGs, o crédito não parece ser a 1º opção na aquisição de recursos.

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