Animais foram resgatados de contrabandistas, durante operação da Polícia Militar e do ICMBio. É a maior apreensão de quelônios já feita no Amazonas.

Manaus, AM — A apreensão de duas canoas, carregadas de tartarugas-da-amazônia que seriam vendidas ilegalmente na cidade de Lábrea (AM), levou os policiais militares da 4ª Companhia Independente e os analistas ambientais do Instituto Chico Mendes (ICMBio) ao curral onde os contrabandistas escondiam os animais. Elas estavam a seis horas de lancha da sede do município, amontoadas, uma cima da outra, num terreno enlamaçado, onde os pés de policiais e analistas afundavam. E eram centenas delas. É a maior apreensão de quelônios já feita no Amazonas.

No total, contando as 248 tartarugas que haviam sido encontradas nas canoas horas antes, foram resgatados 779 animais vivos. Infelizmente, pelo menos outros vinte já estavam mortos. O comandante da companhia, conhecido como Guardiões do Purus, tenente da PM Laurênio Santos da Silva, conta que algumas tartarugas foram medidas e três delas chegavam a um metro de comprimento.

“Eram pesadas”, descreve. “A gente teve de trabalhar a noite toda para tirar uma por uma de lá e devolver para o rio. O terreno era de lama e tinha lugar que a gente afundava até a cintura”, conta e diz que o esforço é gratificante. “De alguma forma, estamos preservando para evitar a extinção, porque tem muito contrabando nessa época, em que elas saem para desovar”, completa.

A apreensão é resultado da Operação Tufão, realizada entre os dias 21 e 24 de maio, na região dos rios Iquiri, Ituxi, Curequete e Sepatini, no Médio Purus, onde estão a Reserva Extrativista do Médio Purus e a Floresta Nacional do Iquiri. De acordo com o tenente, as pessoas flagradas com os quelônios foram multadas pelo ICMBio e podem responder a inquérito na Polícia Federal.

Mais de 530 animais foram achados nesses currais ainda vivos. Foto: Divulgação.

Mais de 530 animais foram achados nesses currais ainda vivos. Foto: Divulgação.

A Resex do Médio Purus ocupa uma área de 604 mil hectares, nos municípios amazonenses de Lábrea, Pauini e Tapauá. Ela foi criada em 2008, mas até hoje não possui plano de manejo, segundo informações do site do Ministério do Meio Ambiente.

No Amazonas, já foram registradas outras grandes apreensões de quelônios. A maior até agora havia sido feita em 2005, quando 496 animais foram resgatados do barco Comandante Victor, na região do Parque Nacional de Anavilhanas, a 115 quilômetros de Manaus. Dois anos depois, 443 animais que seriam levados do Rio Branco, em Roraima, para Manaus, foram apreendidos.

– Esta matéria foi originalmente publicada no OEco e é republicada através de um acordo para compartilhar conteúdo.

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