O podcast Rede Cidadã InfoAmazonia publicou nesta sexta-feira (23) o episódio «O impacto dos agrotóxicos na Amazônia», que conta com a participação da comunicadora Damilly Leite, repórter do Tapajós de Fato, da liderança Leila Meurer, do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) de Rondônia e Marina Lacôrte, porta-voz do Greenpeace Brasil.
O episódio repercute os resultados da aprovação do relatório do Projeto de Lei Nº1.459, o chamado PL do Veneno, que recebeu parecer favorável dos membros da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, nesta segunda- feira (19).
A repórter Damilly Leite relata no episódio o encontro com o produtor João de Mel, que se viu forçado a abandonar a apicultura depois que fazendas vizinhas da sua terra passaram a utilizar agrotóxicos em plantações de soja. Com isso, as abelhas foram envenenadas e o trabalho dele foi interrompido. O caso foi contado no episódio “Como as mudanças climáticas afetam a vida e a reprodução das abelhas”, do podcast ”Falas pela ação climática”. O Tapajós de Fato é um veículo de comunicação independente sediado em Santarém, no Pará, que faz parte da Rede Cidadã InfoAmazonia.
De acordo com o Greenpeace Brasil, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), foram registrados 2.097 novos agrotóxicos, uma média de 524 por ano. Esses registros cresceram tanto nos últimos anos, que o país aceita pesticidas proibidos na Europa e nos Estados Unidos.
O PL do Veneno deve ser votado no próximo ano, mas ainda está sem data definida. A porta-voz do Greenpeace Brasil, Marina Lacôrte, explicou nesse episódio quais são as mudanças e os danos que este projeto pode trazer à população. Ela ressaltou dois pontos importantes: a liberação de agrotóxicos que podem causar câncer, mutações e distúrbios hormonais; e o enfraquecimento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e do Ibama, (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que não teriam mais os mesmos poderes no processo de autorização dessas substâncias.
Cobertura na Amazônia
Não é de hoje que os veículos da Amazônia Legal fazem cobertura sobre o impacto dos agrotóxicos na vida dos amazônidas. Em março deste ano, o site O Vocativo, do Amazonas, noticiou que um avião não identificado despejou agrotóxicos em propriedades próximas de dois produtores orgânicos de café, no município de Apuí, interior do estado.
Os alunos da Agência Experimental da Unifap (Universidade Federal do Amapá) publicaram a matéria ”Agricultores valorizam os processos naturais de plantio e fornecem alimentos saudáveis”, mostrando como a produção sem uso de agrotóxicos está beneficiando produtores de Macapá.
No Maranhão, a Agência Tambor entrevistou representantes da Fetaema (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultoras e Agricultores Familiares do Maranhão), para expor a necessidade de evitar as violações de direitos humanos provocadas em consequência da pulverização dos agrotóxicos. Com o título ”Sociedade luta contra crimes oriundos de agrotóxicos”, a entrevista está disponível no site da agência.
O Blog do Fábio Pontes, do Acre, também vem alertando para os danos causados por parlamentares favoráveis à agenda antiambiental, que estão propondo projetos e pacotes que alimentam o agronegócio e o uso de agrotóxicos no país. Leia mais aqui.
Este conteúdo faz parte do projeto Rede Cidadã InfoAmazonia, iniciativa para criar e distribuir conteúdos socioambientais produzidos na Amazônia.